Entrevista a Francisco Barreto

O meu nome é Francisco Barreto, tenho 24 anos e pratico Atletismo desde 2008.

1. Por que Clubes passaste e qual o teu atual?

O meu clube atual é o Sporting Clube de Braga, desde 2019, onde na época passada, fiz a melhor época da minha carreira, colocando-me no top 20 de sempre do Salto em Altura. Representei o Sport Lisboa e Benfica na época 2018/2019, altura em que o clube contratou também o meu treinador e duas das minhas colegas de treino. Antes representei o Sporting Clube de Portugal nas épocas 2016/2017 e 2017/2018, clube onde obtive o maior número de títulos nacionais da minha carreira, (algo que penso que esteja prestes a mudar). E quando começou a aventura do Atletismo em 2008, representei desde 2008 até 2016, o clube que me formou enquanto atleta e muito como pessoa: o Clube de Atletismo dos Salesianos de Manique.

2. Quais os teus recordes pessoais?

O meu recorde pessoal no Salto em Altura é de 2,11m, feitos quatro vezes na época passada, mas sinto que na época que se aproxima vou ter a possibilidade de aumentar a minha melhor marca pessoal, e colocar-me no top 10 do ranking nacional de sempre, e continuar a subir lugares nos rankings europeus e mundiais.


3. O que fazes quando estás lesionado?

Felizmente ao longo do tempo não tive lesões graves, nada que ultrapasse uma paragem superior a um ou dois meses, visto que procuro muito prevenir as lesões, através de muitos alongamentos, trabalho preventivo, na alimentação, no descanso e não descuidando do apoio médico. Ser atleta é sê-lo vinte e quatro horas, e não apenas no período em que estamos a treinar. De qualquer forma, no período em que estou lesionado procuro fortalecer outros grupos musculares que são por vezes “esquecidos”, e ir fazendo tudo o que não me cause dor ou desconforto, de modo a manter-me ativo.

4. Como surgiu esta tua vocação?

O Atletismo surgiu na escola, numa aula de educação física, estava no 6º ano em 2007, adorei experimentar e depois daquela aula só queria fazer mais e mais; nesse mesmo ano, participei numa prova do desporto escolar, onde me destaquei, e ali soube que era mesmo aquela modalidade que eu queria. Aliado a esta decisão, no verão de 2008, ano em que o Nelson Évora foi campeão olímpico, eu vi-o ali e decidi que também queria estar naqueles Jogos. Em setembro inscrevi-me no Atletismo dos Salesianos de Manique, até hoje, e sinto que ainda tenho muito para dar.

5. Quais os teus palmares? 

Os meus principais títulos começaram em 2014 onde fui trê3x vice-campeão nacional de juniores, representando o meu clube de formação.

Em 2016, fui campeão nacional sub 23 ainda nos Salesianos de Manique.

Em 2017, um dos melhores anos, fui vice-campeão de Portugal e sub 23, duas vezes, e estava presente na equipa de Atletismo do Sporting Clube de Portugal que venceu o Campeonato Nacional de Clubes, após oito anos.

Em 2018, consegui ser 2x vice-campeão nacional sub 23, e fui 4º no ranking sénior; foi um ano em concretizei um sonho, representei Portugal, na taça da Europa de saltos, onde obtive o 7º lugar. Nessa mesma época fiz a minha estreia nos lugares de pódio em provas internacionais.

2019, ano que subi para o escalão principal, ficando em ambos os campeonatos em 4º lugar, acabou por ser um ano positivo, visto que competi em meetings internacionais e nacionais, onde em todos eles pude partilhar experiências e pódios com atletas de topo mundial.

2020, uma época muita atípica, mas não deixou de em termos de resultados ser a melhor época de sempre. Consegui o 3º lugar no campeonato nacional por 2x, bati o recorde do distrito de Braga de Salto em Altura, e contribuí para a conquista do Sporting Clube de Braga na subida ao 3º lugar do pódio nacional, uma época cheia de boas sensações, que foi uma bomba de motivação para continuar focado em busca de melhores marcas.

6. O que farias se não fosses atleta?

Penso que, se não fosse no salto em altura, estava a sê-lo noutra modalidade, o desporto vive em mim. Atualmente, paralelamente sou treinador de formação de Atletismo e estou a tirar a licenciatura em Desporto, para que o futuro seja recheado de movimento, pessoas e de muito desporto, sempre com uma ligação muito especial ao Atletismo.

7. Que conselhos darias a um jovem atleta?

Primeiro que tudo, penso que os jovens atletas devem seguir os seus sonhos, independentemente de tudo, acreditarem neles próprios, e terão certamente que trabalhar muito e arduamente, se ambicionam ter resultados de destaque, seja em que modalidade for. Importante também perceberem que fora as exceções de alguns que conseguem chegar ao topo do futebol profissional, é fundamental não descurar os estudos e dar extrema importância à formação académica, visto que as carreiras desportivas são curtas e teremos sempre que ter um plano B para a nossa vida profissional. 

O jovem atleta deverá ter em conta que a vida de atleta conjugada com a vida de estudante exige muitos sacrifícios, nem sempre corre tudo conforme esperado e planeado, mas a confiança que se tem nas pessoas que estão diretamente ligadas ao seu processo evolutivo enquanto pessoas e atletas será determinantes para atingir o que se ambiciona. Lutem muito pelo que gostam de verdade, estudem, divirtam-se, e, mesmo quando a maioria duvide, mostrem que estavam enganados; o trabalho, o esforço e o rigor dão sempre os seus frutos.

Eis um vídeo do Francisco a saltar:




Luís Vaz Serra (5º D)


Comentários

  1. Ótimo artigo e entrevista! Gostei em especial da pergunta sete: NUNCA DESISTIR dos nossos sonhos e trabalhar arduamente :)

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